O
Tygre
Tradução: Rodrigo Suzuki Cintra
Tygre! Tygre! brilho queimando
Nas florestas da noite adentrando,
Que mão ou olho imortal poderia
Moldar tua temível symetrya?
Em que abismos ou céus distantes
Ardiam o fogo de teus olhos flamantes?
Em que asas ousou ele voar?
Que mão ousou o fogo atear?
E que ombros, & que arte,
Poderia um coração como o teu moldar-te?
E quando começou a bater teu coração,
Que terrível pé? & que terrível mão?
Que martelo? Que corrente?
Qual fornalha fundiu tua mente?
Em que bigorna? Que pegada do horror
Ousou agarrar mortalmente tua sanha de terror?
Quando as estrelas jogaram suas lanças fora,
E inundaram o céu com lágrimas de quem chora,
Será que ele sorriu ao que inventou?
Será que aquele que criou o Cordeiro também te
criou?
Tygre! Tygre! brilho queimando
Nas florestas da noite adentrando,
Que mão ou olho imortal ousaria
Moldar tua temível symetrya?
The
Tyger
William Blake
Tyger! Tyger! burning
bright
In the forests
of the night,
What immortal
hand or eye
Could frame thy
fearful symmetry?
In what distant
deeps or skies
Burnt the fire
of thine eyes?
On what wings
dare he aspire?
What the hand
dare sieze the fire?
And what
shoulder, &what art,
Could twist the
sinews of thy heart?
And when thy
heart began to beat,
What dread hand?
& what dread feet?
What the hammer?
what the chain?
In what furnace
was thy brain?
What the anvil? what
dread grasp
Dare its deadly
terrors clasp?
When the stars
threw down their spears,
And water’d
heaven with their tears,
Did he smile his
work to see?
Did he who made
the Lamb make thee?
Tyger! Tyger! burning
bright
In the forests
of the night,
What immortal
hand or eye
Dare frame thy
fearful symmetry?
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