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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Palestra: "Laranja Mecânica" - sexo, drogas e ultraviolência







Prezados amigos,

Neste sábado, 05/10, às 10hs., farei palestra sobre o filme Laranja Mecânica de Stanley Kubrick.

A palestra será realizada na Faculdade de Direito do Mackenzie, no auditório Flamínio Fávaro. É uma iniciativa conjunta do C.A. João Mendes Jr. e do LADIFILA (Laboratório de Direito, Filosofia e Arte).

O título provisório da palestra é: "Laranja Mecânica - sexo, drogas e ultraviolência".

O método que utilizaremos para analisar o filme será o seguinte: assistiremos o filme juntos, pausando para comentar algumas cenas. Em outras palavras, a palestra se dará enquanto assistimos ao filme.

Convido todos que tenham interesse.

Abraços!

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Palestra: "Fahrenheit 9/11 - entre a imagem política e a política da imagem"


Prezados amigos,

No dia 11 de setembro, quarta-feira, às 14hs. farei palestra sobre o filme "FAHRENHEIT 9/11" de Michael Moore.

Primeiramente, teremos a exibição do filme e, logo em seguida, farei minhas considerações. A palestra será realizada na Faculdade de Direito do Mackenzie. É uma iniciativa conjunta do C.A. João Mendes Jr. e do LADIFILA (Laboratório de Direito, Filosofia e Arte).

O título provisório da palestra é: "Fahrenheit 9/11 - entre a imagem política e a política da imagem".

Convido todos que tiverem disponibilidade. Será uma boa ocasião para batermos um papo sobre as relações entre política e arte.

Abraços!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

200 Filmes Essenciais - por Rodrigo Suzuki Cintra



Toda lista de filmes tem limitações. Procurei, inicialmente, elencar cem filmes essenciais para uma boa conversa sobre cinema. Não consegui. Resolvi, então, fazer uma lista com duzentos filmes. Muitos filmes importantes ainda ficaram de fora e a escolha por um determinado filme obedece, em geral, primeiramente, critérios pessoais de gosto, depois, à relevância do filme para a história do cinema e à consulta aos críticos especializados. É preciso alertar o leitor para que não se importe com a ordem em que os filmes são elencados. A verdade é que esta ordem é, em muitos sentidos, aleatória e, se assim não fosse, seria passível de severas objeções. A melhor maneira de usar esta lista é como um guia, um conjunto de sugestões para quem quer estudar o cinema ou se entreter. Seja qual for o objetivo de quem eventualmente seguir esta lista, nossa pretensão é a mesma: boa sessão!


1. Cidadão Kane  – Orson Welles
2. A Grande Ilusão – Jean Renoir
3. Um Corpo que Cai   –Alfred Hitchcock
4. 8 1/2  – Federico Fellini
5. O Encouraçado Potemkin – Sergei Eisenstein
6. 2001 -– Uma Odisséia no Espaço  – Stanley Kubrick
7. Apocalipse Now  –Francis Ford Coppola
8. Casablanca  – Michael Curtiz
9. Blow Up - Depois daquele Beijo – Michelangelo Antonioni
10. Tempos Modernos – Charles Chaplin
11. F for Fake – Orson Welles
12. O Leopardo – Luchino Visconti
13. Os Sete Samurais – Akira Kurosawa
14. Acossado – Jean-Luc Godard
15. O Nascimento de uma Nação – D. W. Griffith
16. Rastros de Ódio – John Ford
17. Dr. Fantástico – Stanley Kubrick
18. O Poderoso Chefão (a série) – Francis Ford Coppola
19. O Processo – Orson Welles
20. Laranja Mecânica – Stanley Kubrick
21. Morte em Veneza – Luchino Visconti
22. Taxi Driver – Martin Scorsese
23. Blade Runner – O Caçador de Andróides – Ridley Scott
24. Cinema Paradiso – Giuseppe Tornatore
25. A Regra do Jogo – Jean Renoir
26. Cães de Aluguel – Quentin Tarantino
27. A Aventura – Michelangelo Antonioni
28. Noiva Neurótica, Noivo Nervoso – Woody Allen
29. Pulp Fiction – Tempo de Violência – Quentin Tarantino
30. Tudo sobre minha Mãe – Pedro Almodóvar
31. Amor à Flor da Pele – Wong Kar Wai
32. Hiroshima, meu Amor – Alain Resnais
33. O Ano Passado em Marienbad – Alain Resnais
34. Brazil – O filme – Terry Gilliam
35. Um Cão Andaluz – Luis Buñuel
36. Sem Destino – Dennis Hopper e Peter Fonda
37. Dogville – Lars Von Trier
38. Dançando no Escuro – Lars Von Trier
39. O Império dos Sentidos – Nagisa Oshima
40. Encurralado – Steven Spielberg
41. Teorema – Píer Paolo Pasolini
42. A Mulher do Lado – François Truffaut
43. Trainspotting – Sem Limites – Danny Boyle
44. Zatoichi – Takeshi Kitano
45. Lavoura Arcaica – Luiz Fernando Carvalho
46. O Inquilino – Roman Polanski
47. Testemunha de Acusação – Billy Wilder
48. Chinatown – Roman Polanski
49. O Boulevard do Crime – Marcel Carné
50. O Último Tango em Paris – Bernardo Bertolucci
51. O Sétimo Selo – Ingmar Bergman
52. Do Mundo nada se Leva – Frank Capra
53. Ladrões de Bicicleta – Vittorio de Sica
54. A Comilança – Marco Ferreri
55. O Homem que Matou Fascínora – John Ford
56. Metrópolis – Fritz Lang
57. Era uma Vez no Oeste – Sergio Leone
58. O Falcão Maltês (Relíquia Macabra) – John Huston
59. M., O Vampiro de Düsseldorf – Fritz Lang
60. Deus e o Diabo na Terra do Sol – Glauber Rocha
61. Intriga Internacional – Alfred Hitchcock
62. Ser ou não Ser – Ernst Lubitsch
63. Nosferatu – F. W. Murnau
64. Perdas e Danos – Louis Malle
65. Solaris – Andrei Tarkovsky
66. Roma, Cidade Aberta – Roberto Rosselini
67. Vidas Secas – Nelson Pereira dos Santos
68. O Jantar –Ettore Scola
69. O Anjo Azul – Josef Von Sternberg
70. O Bandido da Luz Vermelha – Rogério Sgarnzela
71. O Veludo Azul – David Lynch
72. Gêmeos – Mórbida Semelhança – David Cronenberg
73. As Coisas Simples da Vida – Edward Yang
74. Vanilla Sky – Alejandro Amenábar
75. O Picolino – Mark Sandrich
76. O Morro dos Ventos Uivantes – Willian Wyler
77. A nós a Liberdade – René Clair
78. O Desprezo – Jean-Luc Godard
79. Asas do Desejo – Wim Wenders
80. Depois da Vida – Kirokazu Kore-Eda
81. A Hora do Show – Spike Lee
82. Zelig – Woody Allen
83. Amacord – Federico Fellini
84. Cantando na Chuva – Gene Kelly e Stanley Donen
85. Crepúsculo dos Deuses – Billy Wilder
86. O Discreto Charme da Burguesia – Luis Buñuel
87. A Doce Vida – Federico Fellini
88. Era uma Vez na América – Sergio Leone
89. Era uma Vez em Tóquio – Yasujiro Ozu
90. O Gabinete do Dr. Caligari – Robert Wiene
91. Gilda – Charles Vidor
92. Pickpocket – Robert Bresson
93. Janela Indiscreta – Alfred Hitchcock
94. A Noite – Michelangelo Antonioni
95. Limite – Mário Peixoto
96. Luzes da Cidade – Charles Chaplin
97. A Lista de Schindler – Steven Spielberg
98. A Malvada – Joseph Mankiewicz
99. O Mensageiro do Diabo – Charles Laughton
100. Quanto mais Quente Melhor – Billy Wilder
101. A Primeira Noite de um Homem – Mike Nichols
102. Rocco e seus Irmãos – Luchino Visconti
103. O Terceiro Homem – Carol Reed
104. Terra em Transe  - Glauber Rocha
105. Touro Indomável – Martin Scorsese
106. Em Busca do Ouro – Charles Chaplin
107. O Grande Ditador – Charles Chaplin
108. O Amigo Americano – Wim Wenders
109. Manhattan – Woody Allen
110. O Decálogo – Krzysztof Kielowski
111. Desconstruindo Harry – Woody Allen
112. A Felicidade não se Compra – Frank Capra
113. O Bebê Santo de Mancon – Peter Greenaway
114. Othello – Orson Welles
115. O Pianista – Roman Polanski
116. Pacto de Sangue – Billy Wilder
117. A Loja da Esquina – Ernst Lubitsh
118. Psicose – Alfred Hitchcock
119. O Incrível Exército de Brancaleone – Mario Monicelli
120. Meus Caros Amigos – Mario Monicelli
121. O Quinteto Irreverente – Mario Monicelli
122. Os Bons Companheiros – Martin Scorsese
123. As Invasões Bárbaras – Denys Arcand
124. Um só Pecado – François Truffaut
125. A Sereia do Mississipi – François Truffaut
126. Os Incompreendidos – François Truffaut
127. Jules e Jim – Uma Mulher para Dois – François Truffaut
128. Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes – Guy Ritchie
129. O Sol é Para Todos – Robert Mulligan
130. A Festa de Babette – Gabriel Axel
131. Quem tem Medo de Virginia Woolf? – Mike Nichols
132. Tarde Demais para Esquecer – Leo McCarey
133. Golpe de Mestre – George Roy Hill
134. Fale com Ela – Pedro Almodóvar
135. Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos – Pedro Almodóvar
136. Short Cuts – Cenas da Vida – Robert Altman
137. Mar Adentro – Alejandro Amenábar
138. Os Intocáveis – Brian de Palma
139. Magnólia – Paul Thomas Anderson
140. Lawrence da Arábia – David Lean
141. Profissão: Repórter – Michelangelo Antonioni
142. Persona – Ingmar Bergman
143. Uma Simples Formalidade – Giuseppe Tornatore
144. Os Sonhadores – Bernardo Bertolucci
145. Underground – Mentiras de Guerra – Emir Kusturica
146. O Anjo Exterminador – Luis Buñuel
147. A Bela da Tarde – Luis Buñuel
148. Perfume de Mulher – Martin Brest
149. Adeus minha Concubina – Kaige Chen
150. Sob os Tetos de Paris – René Clair
151. O Sexto Sentido – M. Night Shyamalan
152. O Salário do Medo – Henri-Georges Clouzot
153. Gosto de Sangue – Joel e Ethan Coen
154. ExIsTenZ – David Cronenberg
155. “Trilogia das Cores” – Kryztof Kielowski
156. Cisne Negro – Darren Aronofsky
157. Os Imperdoáveis – Clint Eastwood
158. Bonequinha de Luxo – Blake Edwards
159. Clube da Luta – David Fincher
160. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças – Michel Gondry
161. No Tempo das Diligências – John Ford
162. Um Estranho no Ninho – Milos Forman
163. Viver a Vida – Jean-Luc Godard
164. Fitzcarraldo – Werner Herzog
165. Babel – Alejandro González Iñarritu
166. Memórias do Subdesenvolvimento – Tomás Alea Gutiérrez
167. Minha Vida de Cachorro – Lasse Hallström
168. Scarface, a Vergonha de uma Nação – Howard Hawks
169. Rio Vermelho – Howard Hawks
170. À Beira do Abismo – Howard Hawks
171. O Diabo Riu por Último – John Huston
172. Ghost Dog – Matador Implacável – Jim Jarmusch
173. Hamlet – Kenneth Branagh
174. Amnésia – Christopher Nolan
175. Uma Rua Chamada Pecado – Elia Kazan
176. Sindicato de Ladrões – Elia Kazan
177. A General – Buster Keaton
178. Através das Oliveiras – Abbas Kiarostami
179. Rashomon – Akira Kurosawa
180. Ran – Akira Kurosawa
181. O Tigre e o Dragão -  Ang Lee
182. Faça a Coisa Certa – Spike Lee
183. Três Homens em Conflito – Sergio Leone
184. Doze Homens e uma Sentença – Sidney Lumet
185. Cidade dos Sonhos – David Lynch
186. Trilogia da Vingança” – Cha-Wook Park
187. Tiros em Columbine – Michael Moore
188. A Última Gargalhada – F. W. Murnau
189. O Julgamento em Nuremberg – Stanley Kramer
190. Anatomia de um Crime – Otto Preminger
191. Butch Cassidy e Sundance Kid – George Roy Hill
192. A Origem – Christopher Nolan
193. Um Sonho de Liberdade – Frank Darabont
194. Nenhum a menos – Zhang Yimou
195. Arca Russa – Aleksandr Sokurov
196. Réquiem para um Sonho – Darren Aronofsky
197. Sete Homens e um Destino – John Sturges
198. Stalker – Andrei Tarkovsky
199. Sinédoque, Nova Iorque    Charlie Kaufman
200. Waking Life – Richard Linklater



domingo, 4 de agosto de 2013

Tradução - Poema de William Blake


O Tygre
         Tradução: Rodrigo Suzuki Cintra


Tygre! Tygre! brilho queimando
Nas florestas da noite adentrando,
Que mão ou olho imortal poderia
Moldar tua temível symetrya?

Em que abismos ou céus distantes
Ardiam o fogo de teus olhos flamantes?
Em que asas ousou ele voar?
Que mão ousou o fogo atear?

E que ombros, & que arte,
Poderia um coração como o teu moldar-te?
E quando começou a bater teu coração,
Que terrível pé? & que terrível mão?

Que martelo? Que corrente?
Qual fornalha fundiu tua mente?
Em que bigorna? Que pegada do horror
Ousou agarrar mortalmente tua sanha de terror?

Quando as estrelas jogaram suas lanças fora,
E inundaram o céu com lágrimas de quem chora,
Será que ele sorriu ao que inventou?
Será que aquele que criou o Cordeiro também te criou?

Tygre! Tygre! brilho queimando
Nas florestas da noite adentrando,
Que mão ou olho imortal ousaria
Moldar tua temível symetrya?


The Tyger   
         William Blake

Tyger! Tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?

In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand dare sieze the fire?

And what shoulder, &what art,
Could twist the sinews of thy heart?
And when thy heart began to beat,
What dread hand? & what dread feet?

What the hammer? what the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? what dread grasp
Dare its deadly terrors clasp?

When the stars threw down their spears,
And water’d heaven with their tears,
Did he smile his work to see?
Did he who made the Lamb make thee?

Tyger! Tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye

Dare frame thy fearful symmetry?  

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Tradução - Poema de T. S. Eliot


O Nome dos Gatos
                   Tradução: Rodrigo Suzuki Cintra

Dar nome aos gatos é assunto complicado,
   Não é apenas um jogo que divirta adolescentes;
Podem pensar, à primeira vista, que sou doido desvairado
Quando eu digo, um gato deve ter TRÊS NOMES DIFERENTES.
Primeiro, temos o nome que a família usa diariamente,
   Como Pedro, Augusto, Alonso ou Zé Maria,
Como Vitor ou Jonas, Jorge ou Gui Clemente –
   Todos nomes sensíveis para o dia-a-dia.
Há nomes mais requintados se pensam que podem soar melhor,
   Alguns para os cavalheiros, outros para titia:
Como Platão, Demetrius, Electra ou Eleonor –
   Mas todos eles são sensíveis nomes de todo dia.
Mas eu digo, um gato precisa ter um nome que é particular,
   Um nome que lhe é peculiar, e que muito o dignifica,
De outro modo, como poderia manter sua cauda perpendicular,
   Ou espreguiçar os bigodes, orgulhar-se de sua estica?
Dos nomes deste tipo, posso oferecer um quórum,
   Como Munkustrap, Quaxo, ou Coricopato,
Como Bombalurina, ou mesmo Jellylorum –
   Nomes que nunca pertencem a mais de um gato.
Mas, acima e para além, ainda existe um nome a suprir,
   E este é o nome que você jamais cogitaria;
O nome que nenhuma investigação humana pode descobrir –
   Mas O GATO E SOMENTE ELE SABE, e nunca o confessaria.
Se um gato for surpreendido com um olhar de meditação,
   A razão, eu lhe digo, é sempre a mesma que o consome:
Sua mente está engajada em uma rápida contemplação
   De lembrar, de lembrar, de lembrar qual é o seu nome:
       Seu inefável afável
       Inefavefável
Oculto, inescrutável e singular Nome.


The Naming of Cats
                   T. S. Eliot

The Naming of Cats is a difficult matter,
    It isn’t just one of your holiday games;
You may think at first I’m as mad as a hatter
When I tell you, a cat must have THREE DIFFERENT NAMES.
First of all, there’s the name that the family use daily,
   Such as Peter, Augustus, Alonzo or James, 
Such as Victor or Jonathan, George or Bill Bailey –
    All of them sensible everyday names.
There are fancier names if you think they sound sweeter,
   Some for the gentlemen, some for the dames:
Such as Plato, Admetus, Electra, Demeter –
   But all of them sensible everyday names.
But I tell you, a cat needs a name that’s particular,
   A name that’s peculiar, and more dignified,
Else how can he keep up his tail perpendicular,
   Or spread out his whiskers, or cherish his pride?
Of names of this kind, I can give you a quorum,
   Such as Munkustrap, Quaxo, or Coricopat,
Such as Bombalurina, or else Jellylorum –
   Names that never belong to more than one cat.
But above and beyond there’s still one name left over,
   And that is the name that you never will guess;
The name that no human research can discover –
   But THE CAT HIMSELF KNOWS, and will never confess.
When you notice a cat in profound meditation,
   The reason, I tell you, is always the same:
His mind is engaged in a rapt contemplation
   Of the thought, of the thought, of the thought of his name:
      His ineffable effable
      Effanineffable
Deep and inscrutable singular Name.



domingo, 23 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Tradução - Poema de e. e. cummings

“in a middle of a room”
e. e. cummings

in a middle of a room
stands a suicide
sniffing a Paper rose
smiling to a self

“somewhere it is Spring and sometimes
people are in real:imagine
somewhere real flowers,but
I can’t imagine real flowers for if I

could,they would somehow
not Be real”
(so he smiles
smiling)“but I will not

everywhere be real to
you in a moment”
The is blond
with small hands

“& everything is easier
than I had guessed everything would
be;even remembering the way who
looked at whom first,anyhow dancing”

(a moon swims out of a cloud
a clock strikes midnight
a finger pulls a trigger
a bird flies into a mirror)

***

“no meio de um quarto”
Tradução: Rodrigo Suzuki Cintra

no meio de um quarto
está um suicida
cheirando uma rosa de Papel
sorrindo para um Eu

“em algum lugar é Primavera e de vez em quando
pessoas estão no real:imagine
em algum lugar flores reais,mas
eu não posso imaginar flores reais porque se eu

pudesse,elas de alguma maneira
não Seriam reais”
(então ele sorri
sorrindo)“mas eu não serei

em todo lugar real para
você em um instante”
O é loiro
com mãos pequenas

“& tudo é mais fácil
do que eu havia suposto que tudo
seria;inclusive lembrando a maneira de quem
olhou para quem primeiro,dançando de qualquer jeito”

(uma lua escapa de uma nuvem
um relógio bate meia-noite
um dedo puxa o gatilho
um pássaro atravessa um espelho)

domingo, 4 de setembro de 2011

TRADUÇÃO - Poema de Dylan Thomas

Do not go gentle into that good night

Dylan Thomas



Do not go gentle into that good night,

Old age should burn and rave at close of day;

Rage, rage against the dying of the light.



Though wise men at their end know dark is right,

Because their words had forked no lightning they

Do not go gentle into that good night.



Good men, the last wave by, crying how bright

Their frail deeds might have danced in a green bay,

Rage, rage against the dying of the light.



Wild men who caught and sang the sun in flight,

And learn, too late, they grieved it on its way,

Do not go gentle into that good night.



Grave men, near death, who see with blinding sight

Blind eyes could blaze like meteors and be gay,

Rage, rage against the dying of the light.



And you, my father, there on the sad height,

Curse, bless, me now with your fierce tears, I pray.

Do not go gentle into that good night.

Rage, rage against the dying of the light.



Não vás tão gentilmente nessa boa noite escura

Tradução: Rodrigo Suzuki Cintra



Não vás tão gentilmente nessa boa noite escura,

Os velhos deveriam arder e bradar ao fim do dia;

Raiva, raiva contra a morte da luz que fulgura.



Os homens sábios, em seu fim, sabem com brandura,

O porquê a fala de suas palavras estava vazia,

Nâo vão tão gentilmente nessa boa noite escura.



Os homens bons, ao adeus, gritando como a alvura

De seus feitos frágeis poderia ter dançado em uma verde baía,

Raiva, raiva contra a morte da luz que fulgura.



Os homens selvagens que roubaram e cantaram o sol na altura,

E aprenderam, tarde demais, que o lamento toma sua via,

Não vão tão gentilmente nessa boa noite escura.



Os homens graves, perto da morte, enxergam com olhar que perfura,

O olho quase cego a brilhar como meteoro, então, cintilaria,

Raiva, raiva contra a morte da luz que fulgura.



E você, meu pai, do alto e acima de tudo que perdura,

Maldiga, abençoe, com sua lágrima triste, eu pediria:

Não vá tão gentilmente nessa boa noite escura,

Raiva, raiva contra a morte da luz que fulgura.






quinta-feira, 28 de abril de 2011

MANIFESTO ZAGAIA




MANIFESTO ZAGAIA

mas é preciso disparar setas, flechas, canhões, cuspes, zagaias. Armas contra. Nosso golpe: ironia e paradoxo, estranhamento e ressignificação. Em algum lugar, um padre corre perigo. Um pensamento pelo avesso. Perplexidade? Comemos gerânios no café da manhã. Reacionários de todas as vertentes são o alimento da madrugada. A indigestão se dissolve em poemas, prosas, sons, imagens. Porque, em tempo de barbárie, zagaia contra tudo, contra todos. Uma arte contra si-mesma. Poesia do impossível após auschwitz.
Já nascemos velhos. O cansaço branco da ditadura da realidade. Mas buscamos o sentido pelo novo. Usamos óculos – lente divergente, lente de ver gente. E caminhando de um lado para o outro, tecemos nossas armadilhas. Capturar a si mesmo. Estão vendo esta cicatriz profunda, obliqua, negra? Fomos nós que fizemos em nós mesmos. Precisávamos extirpar do fundo da existência tudo que era sagrado, intocável. Sim, a carne é triste.  As certezas nos abandonaram de uma vez só. Sangue no ralo.  E agora tudo era mil versos de infinitos significados possíveis. Multi-colorido, mas vermelho.
Pensar é pensar contra. A favor, já bastam os policiais de plantão, a censura dos acomodados, a inércia dos puristas, a visão cega dos falsos gurus. Então, zagaia a ponto de sonhar uma posição improvável: a esquerda da esquerda. Nossa política é a estética do imponderável. Sejamos sinceros: joguemos pedras nos porcos.
Nossa arte é o produto do parto sangrento de um ouriço do mar. Zagaia é lança de arremesso curto, certeiro, mas voa no ar de maneira sinuosa. Porque nomear algo que propositalmente foi colocado às escuras significa perder de vista o próprio objeto. Para além da distorção, no blefe, acreditamos que a arte é um acúmulo de tempos desiguais e combinados. Um salto livre sob o céu da história. Nosso compromisso é com o agora, espaço fora do lugar, com o não-lugar. Telas sem molduras. Está mais do que na hora de cumprir aquela promessa radical. Não concordamos, não aceitamos, não acreditamos – enfim, não vendemos. Estamos fartos daquela arte bem-comportada, imunizada, higiênica. Às favas com a moderação e os bons costumes! Chega desta cultura-consumo. Arte-mercadoria. Não comercializamos o sentimento.  Nosso ócio negado é o incesto. Nosso negócio é a imagem imoral de uma mulher com flores nos cabelos. Uma música que toca ao contrário. Alguém dançando no escuro.
Se as condições objetivas da vida não nos permitem viver qualquer utopia fora do capitalismo, o que nos resta é sabotá-lo. Zagaia é terrorismo cultural. Terror que espanta: o medo de sair do útero. Reconfiguração radical do simbólico. Grito das quebradas e mundaréis. A maior imoralidade é a moral. Sejamos libertos, libertários, libertinos: zagaiatos. Mas, sempre verdadeiros. Nosso embate é estético. Para que possamos ocupar de vida o vazio das palavras. Neste mundo de simulacros, nós queremos mais.
É chegado o momento de sermos arco, flecha e alvo. Signo, significado e objeto. Instrumento-mensagem. Flecha contra todos, alvo de nós mesmos.
Um projeto anti-projeto. E ainda assim