quarta-feira, 19 de março de 2014

Processo Seletivo para o LADIFILA (laboratório de direito, filosofia e arte) - Mackenzie



PROCESSO SELETIVO PARA GRUPO DE ESTUDOS DA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (2014)

 

PROF. COORDENADOR: Prof. Dr. Rodrigo Suzuki Cintra

OBJETIVOS: 1. Discutir o aspecto jurídico e filosófico de obras artísticas (literatura, cinema, teatro, pintura, fotografia etc.) através da análise das próprias obras e da crítica de arte especializada.

                      2. Realizar debates, palestras, congressos sobre temas específicos abordados nas reuniões do grupo.

                      3. Produzir textos acadêmicos para publicação.

REUNIÕES: 6ªs feiras, 15:00hs – 17:00hs. (Quinzenais)

SELEÇÃO DOS ALUNOS (entrevista): Os alunos interessados estão convidados para uma seleção a ser realizada no dia 21/03, sexta-feira, às 13hs., no prédio 24, sala 205 (Faculdade de Direito).

INSCRIÇÕES E MAIORES INFORMAÇÕES: rodrigo.cintra@mackenzie.br

                                                                                                                            

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Citação do Mês - Jan/2014





                                                                                                             Augusto de Campos
                                          

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Os lábios de Adèle ou quem tem medo de Azul?




            Comecemos pelo sexo.

            Sim, pelo sexo.

            Existe algo de estranho nos discursos bem-pensantes sobre o filme “Azul é a cor mais quente” de Abdellatif Kechiche. O que se diz reforça o que não gostariam que se dissesse. Os críticos menos entusiastas do filme e boa parte do público ficaram chocados com as cenas de sexo. Um certo moralismo barato pergunta se as cenas precisavam ser tão explícitas. Para não parecerem tacanhos, este tipo de moralismo não vai simplesmente dizer que o filme tem cenas quase-pornográficas e isto é o que incomoda prontamente. Também não vai dizer que o fato destas cenas serem de sexo homossexual tenha trazido algum incômodo. Este tipo de crítica, rasa, gostaria de uma história de amor sem sexo, sem desejo e bem comportada, adequada aos padrões sexuais dominantes. Por mais que tente esconder, é uma crítica preconceituosa e conservadora. Mas, isso não é segredo para ninguém.

            Ocorre que existe outra corrente crítica sobre este filme que, mais elaborada, no entanto repete o mesmo moralismo da crítica rasteira. E pior, sem perceber.

            Então temos que escutar a lenga-lenga de que o filme é, na verdade, a história das descobertas de uma adolescente perturbada com sua posição existencial no mundo, que retrata um doce amor homossexual, que denuncia o próprio moralismo da sociedade francesa ou que simplesmente é um filme que acompanha a vida de uma mulher, Adèle, como nas histórias de Truffaut. Depois de dizer isso, estes críticos salientam que o filme tem três horas e que as longas cenas de sexo não são tão longas ou, pior, que não representam o mais importante da história, seriam apenas cenas normais de um relacionamento.

            O que esta corrente crítica faz, no fundo, é dizer que o sexo não tem, para o bom expectador, um papel tão relevante assim, dado que a verdadeira história seria sobre outra coisa. E ficamos quase que culpados por não termos entendido a coisa toda bem assim, na medida em que enxergamos sexo por todos os lados dentro do filme.

            Esta crítica, que propõe uma leitura não-sexual do filme, acaba por fazer o jogo dos moralistas mais arraigados. Que história é essa de uma adolescente e suas dúvidas existenciais sem sexo? De um doce amor homossexual sem desejo? Do moralismo francês sem o escândalo? Do itinerário da vida de uma mulher sem a sedução? O filme pode ser interpretado de todas estas maneiras, mas, alguma coisa se perde ao negar ao olhar uma tensão de caráter sexual que percorre toda a história.

            Por que esta crítica insiste em subtrair o sexo da própria vida pulsante da protagonista?

            Tudo se passa, ao avesso, como se a vida fosse subtraída de sexo, como nos filmes de comédia romântica que passam nas sessões da tarde e que são completamente inofensivos na sua falta de imaginação – digo, desejo –, e nas suas cenas “delicadamente” mais picantes.

            É preciso dizer, sim, o filme trata de sexo e não há nada de errado com isso!

            Em uma história narrada quase que completamente em closes, não é verdade que as únicas cenas sexuais sejam aquelas em que Adèle e Emma estão deitadas na cama se beijando, se acariciando, se descobrindo aos poucos, de maneira bela e agitada, ou agitadamente bela. Existe, é verdade, algo de performático no modo como a câmera encaminha estas cenas. Explosão de paixão, não resta dúvida que o diretor sabe o que está fazendo. Não é propriamente um certo voyeurismo o que o diretor exige dos expectadores, é uma certa cumplicidade. Ao vermos o relacionamento sexual entre as duas de maneira tão aberta, talvez seja o caso de deixar de lado os preconceitos, de enxergar o que raramente se vê nos limites estéticos dos filmes tradicionais, talvez seja o caso de mudar a chave do olhar sobre o sexo e encontrar, admiravelmente, sob a película do filme a beleza que existe nas verdadeiras paixões.

            Mas, passemos aos lábios.

A questão sexual em “Azul” está para além das cenas mais explícitas, é bom que se diga, e não é preciso ter muita imaginação para perceber isso. A câmera, a todo momento, captura a boca das personagens, principalmente, de Adèle. Então, temos que ver o modo como ela mastiga os alimentos e se emporcalha com a comida. O modo como bebe, o modo como passa a língua sobre seus lábios. O modo como o macarrão bolonhesa suja estes lábios. O modo como fuma deliciosamente sem culpa. Os beijos maravilhosamente bem filmados, em que os lábios-língua-dentes entram em ação. Os lábios de Adèle são, ao mesmo tempo, titubeantes quando necessários e perigosamente impulsivos quando óbvios. Até mesmo na maneira como seus cabelos revoltosos pregam peças e ficam na sua frente eles escancaram o desejo de uma forma aberta.

            Talvez duas cenas traduzam de maneira geral a atmosfera sexualizada deste “Azul”. Pode-se dizer, inclusive, que são as duas cenas limites: o começo e o fim do filme. Um filme não começa com a abertura do primeiro plano e nem termina com o cair dos créditos. Neste caso, nos parece que o filme começa mesmo é na noite de Adèle na boate gay, e termina no café, em um dos últimos encontros entre Adèle e Emma, apesar de sobrarem mais algumas cenas completamente dispensáveis até os créditos.

            Neste começo do filme, Adèle está confusa. Muita coisa tem acontecido em sua vidinha normal. Sem saber muito bem como e nem por que, ela vai parar em uma boate gay. Ali, é abordada por Emma, a mulher dos cabelos azuis que já tinha visto na rua e que, quase como em uma história de amor à primeira vista, já tinha habitado seus sonhos. Emma e Adèle simplesmente conversam. Conversa banal. Mas, ao contrário das conversas retratadas anteriormente entre Adèle e Thomas, conversas triviais, o bate-papo entre as duas, quase que imbecil em seu conteúdo, é de uma tensão ímpar. Adèle está realmente empolgada e Emma, na sua experiência de mulher feita, visivelmente interessada. Ali, para os menos avisados, aqueles que não leram a sinopse do filme, não resta dúvida – elas vão ter um caso. A cena transborda desejo por todos os lados e diz respeito aqueles momentos de conquista e descoberta anteriores ao sexo propriamente dito que, talvez, sejam mais eróticas que o próprio sexo pois detém em si a sua lógica primeira: a sedução.

            Já no café, anos depois deste primeiro encontro, depois de todo um relacionamento juntas, elas se reúnem para conversar. Já estão separadas faz algum tempo, mas Adèle continua perdidamente apaixonada por Emma. Ela sabe que é sua última oportunidade de conquistar Emma. Aqui, os papeis se invertem. Se no encontro na boate era Adèle que era o objeto do desejo, no café, é Emma quem precisa ser conquistada. Mas a conversa vai mal. Emma não ama mais Adèle. Pelo menos, é o que diz. Então, a protagonista, incapaz de seduzir e estourando de desejo, apela para o sexo propriamente dito, o terreno em que suas relações eram incandescentes. Ela pega a mão de Emma e a beija, lambe, morde, engole. Pega a mão de Emma e coloca entre suas coxas. Mas, se Emma se perturba com toda aquela investida, ela não aceitará voltar atrás.

Estão separadas para sempre, pensamos. E ficamos tristes.

               

***

            Mas, terminemos pelo azul

            Sim, pelo azul.

            Azul é a cor mais triste. Mas, neste filme, a cor do desejo. É a cor dos cabelos de Emma, a mulher que vai virar a cabeça de Adèle. A cor vai aparecer em diversos momentos do filme e vai acompanhar, por assim dizer, toda a vida da personagem principal. 

            É verdade que a personagem Adèle começa o filme com uma garota curiosa, em dúvida sobre sua própria sexualidade, e termina o filme como uma mulher que tem um passado e, portanto, sabe o que é a perda. Acompanhamos este desenvolvimento, este itinerário, de uma posição privilegiada que somente podemos ter por estarmos sentados na plateia do cinema. Kechiche seleciona perfeitamente bem o que filmar. O resultado é que talvez conheçamos melhor Adèle do que ela mesma possa fazer por si. Conseguimos entender seus desejos, suas dúvidas, suas frustrações e seus vacilos. Adèle, no entanto, fica o tempo inteiro sem saber direito o que realmente está acontecendo consigo mesma.

            Adèle é um enigma para si. Nos momentos iniciais do filme, tudo se passa como se ela o tempo inteiro se perguntasse: “Mas, o que está acontecendo comigo?” O que não melhora até o final do filme quando podemos dizer que ela se pergunta: “Mas, por que eu fui fazer isso?” Da plateia, podemos entender o outro, fazemos as conexões entre as cenas e percebemos a lógica por trás das ações da personagem. Podemos entender de onde brota seu desejo, como se articula o seu ciúme, o porquê de sua traição. Ela mesma, porém, não terá o mesmo privilégio. Então, ela simplesmente vive. Vive intensamente. Kechiche é brilhante nestes termos porque ao construir sua personagem, de maneira instigante, acaba não apenas por sensibilizar o expectador, mas a humaniza-lo. Vivenciamos a angústia, o desejo, a perda, a saudade.

            Duas cenas estão interligadas. Em um determinado momento, após ter recebido seu primeiro beijo homossexual de uma garota da escola, Adèle não se contém de exaltação e felicidade. Espera o dia seguinte em que acaba por abordar a mesma garota sozinha no banheiro da escola. Ali, ela se aproxima e começa a beijar a garota, sem maiores avisos. Não é correspondida. A garota explica que o beijo anterior foi fruto de momento e que não significava muita coisa. Adèle fica extremamente confusa, embaraçada, envergonhada. Solta um choro contido, umas lágrimas tão autênticas que doem. Na cena do café, já ao final do filme, ela também beija e não é correspondida. Agora, é o amor da vida dela que diz não a amar mais. O choro já não é mais contido, é longo, ranhento, explosivo. Será que ela errou o tom mais uma vez? Não percebeu em que pé estava a relação com Emma? O que mudou entre estas duas frustrações? Uma no começo de sua vida amorosa e outra ao final da grande história de amor de sua vida. O que liga as pontas destas duas cenas essenciais?

            Talvez seja a vida. A vida de Adèle como retratada no filme. A vida que se vive sem muitas explicações. A vida que pulsa, que quer, que perde e que ganha. A vida exuberantemente filmada e que neste filme tem cor.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Palestra: "Laranja Mecânica" - sexo, drogas e ultraviolência







Prezados amigos,

Neste sábado, 05/10, às 10hs., farei palestra sobre o filme Laranja Mecânica de Stanley Kubrick.

A palestra será realizada na Faculdade de Direito do Mackenzie, no auditório Flamínio Fávaro. É uma iniciativa conjunta do C.A. João Mendes Jr. e do LADIFILA (Laboratório de Direito, Filosofia e Arte).

O título provisório da palestra é: "Laranja Mecânica - sexo, drogas e ultraviolência".

O método que utilizaremos para analisar o filme será o seguinte: assistiremos o filme juntos, pausando para comentar algumas cenas. Em outras palavras, a palestra se dará enquanto assistimos ao filme.

Convido todos que tenham interesse.

Abraços!

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Palestra: "Fahrenheit 9/11 - entre a imagem política e a política da imagem"


Prezados amigos,

No dia 11 de setembro, quarta-feira, às 14hs. farei palestra sobre o filme "FAHRENHEIT 9/11" de Michael Moore.

Primeiramente, teremos a exibição do filme e, logo em seguida, farei minhas considerações. A palestra será realizada na Faculdade de Direito do Mackenzie. É uma iniciativa conjunta do C.A. João Mendes Jr. e do LADIFILA (Laboratório de Direito, Filosofia e Arte).

O título provisório da palestra é: "Fahrenheit 9/11 - entre a imagem política e a política da imagem".

Convido todos que tiverem disponibilidade. Será uma boa ocasião para batermos um papo sobre as relações entre política e arte.

Abraços!

domingo, 8 de setembro de 2013

Direito e Educação - Reflexões Críticas para uma Perspectiva Interdisciplinar


Direito e Educação - Reflexões Críticas para uma perspectiva interdisciplinarSão Paulo: Editora Saraiva, 2013.

Organização: Rodrigo Suzuki Cintra e Daniella Basso Batista Pinto

Direito e Educação - Reflexões Críticas Para Uma Perspectiva Interdisciplinar - Rodrigo Suzuki Cintra, Daniella Basso Batista Pinto (8502204696)

4ª CAPA:

Não é por outro motivo que o título deste livro, Direito e Educação, que ora o leitor tem em mãos, tem como subtítulo reflexões críticas para uma perspectiva interdisciplinar. De fato, segundo a concepção desta obra, não se separa reflexão de crítica. O pensamento está a serviço de uma exigência de superação da barbárie, das injustiças sociais e da luta contra qualquer forma de opressão e preconceito. Aprender é um ato de liberdade.

AUTORES:

Antonio Isidoro Piacentin
Daniel Francisco Nagao Menezes
Daniella Basso Batista Pinto
Gisele Meirelles Fonseca Inacarato
João Paulo Orsini Martinelli
Léa Fernandes Viana Leal
Regina Célia Pedroso
Rodrigo Suzuki Cintra


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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

200 Filmes Essenciais - por Rodrigo Suzuki Cintra



Toda lista de filmes tem limitações. Procurei, inicialmente, elencar cem filmes essenciais para uma boa conversa sobre cinema. Não consegui. Resolvi, então, fazer uma lista com duzentos filmes. Muitos filmes importantes ainda ficaram de fora e a escolha por um determinado filme obedece, em geral, primeiramente, critérios pessoais de gosto, depois, à relevância do filme para a história do cinema e à consulta aos críticos especializados. É preciso alertar o leitor para que não se importe com a ordem em que os filmes são elencados. A verdade é que esta ordem é, em muitos sentidos, aleatória e, se assim não fosse, seria passível de severas objeções. A melhor maneira de usar esta lista é como um guia, um conjunto de sugestões para quem quer estudar o cinema ou se entreter. Seja qual for o objetivo de quem eventualmente seguir esta lista, nossa pretensão é a mesma: boa sessão!


1. Cidadão Kane  – Orson Welles
2. A Grande Ilusão – Jean Renoir
3. Um Corpo que Cai   –Alfred Hitchcock
4. 8 1/2  – Federico Fellini
5. O Encouraçado Potemkin – Sergei Eisenstein
6. 2001 -– Uma Odisséia no Espaço  – Stanley Kubrick
7. Apocalipse Now  –Francis Ford Coppola
8. Casablanca  – Michael Curtiz
9. Blow Up - Depois daquele Beijo – Michelangelo Antonioni
10. Tempos Modernos – Charles Chaplin
11. F for Fake – Orson Welles
12. O Leopardo – Luchino Visconti
13. Os Sete Samurais – Akira Kurosawa
14. Acossado – Jean-Luc Godard
15. O Nascimento de uma Nação – D. W. Griffith
16. Rastros de Ódio – John Ford
17. Dr. Fantástico – Stanley Kubrick
18. O Poderoso Chefão (a série) – Francis Ford Coppola
19. O Processo – Orson Welles
20. Laranja Mecânica – Stanley Kubrick
21. Morte em Veneza – Luchino Visconti
22. Taxi Driver – Martin Scorsese
23. Blade Runner – O Caçador de Andróides – Ridley Scott
24. Cinema Paradiso – Giuseppe Tornatore
25. A Regra do Jogo – Jean Renoir
26. Cães de Aluguel – Quentin Tarantino
27. A Aventura – Michelangelo Antonioni
28. Noiva Neurótica, Noivo Nervoso – Woody Allen
29. Pulp Fiction – Tempo de Violência – Quentin Tarantino
30. Tudo sobre minha Mãe – Pedro Almodóvar
31. Amor à Flor da Pele – Wong Kar Wai
32. Hiroshima, meu Amor – Alain Resnais
33. O Ano Passado em Marienbad – Alain Resnais
34. Brazil – O filme – Terry Gilliam
35. Um Cão Andaluz – Luis Buñuel
36. Sem Destino – Dennis Hopper e Peter Fonda
37. Dogville – Lars Von Trier
38. Dançando no Escuro – Lars Von Trier
39. O Império dos Sentidos – Nagisa Oshima
40. Encurralado – Steven Spielberg
41. Teorema – Píer Paolo Pasolini
42. A Mulher do Lado – François Truffaut
43. Trainspotting – Sem Limites – Danny Boyle
44. Zatoichi – Takeshi Kitano
45. Lavoura Arcaica – Luiz Fernando Carvalho
46. O Inquilino – Roman Polanski
47. Testemunha de Acusação – Billy Wilder
48. Chinatown – Roman Polanski
49. O Boulevard do Crime – Marcel Carné
50. O Último Tango em Paris – Bernardo Bertolucci
51. O Sétimo Selo – Ingmar Bergman
52. Do Mundo nada se Leva – Frank Capra
53. Ladrões de Bicicleta – Vittorio de Sica
54. A Comilança – Marco Ferreri
55. O Homem que Matou Fascínora – John Ford
56. Metrópolis – Fritz Lang
57. Era uma Vez no Oeste – Sergio Leone
58. O Falcão Maltês (Relíquia Macabra) – John Huston
59. M., O Vampiro de Düsseldorf – Fritz Lang
60. Deus e o Diabo na Terra do Sol – Glauber Rocha
61. Intriga Internacional – Alfred Hitchcock
62. Ser ou não Ser – Ernst Lubitsch
63. Nosferatu – F. W. Murnau
64. Perdas e Danos – Louis Malle
65. Solaris – Andrei Tarkovsky
66. Roma, Cidade Aberta – Roberto Rosselini
67. Vidas Secas – Nelson Pereira dos Santos
68. O Jantar –Ettore Scola
69. O Anjo Azul – Josef Von Sternberg
70. O Bandido da Luz Vermelha – Rogério Sgarnzela
71. O Veludo Azul – David Lynch
72. Gêmeos – Mórbida Semelhança – David Cronenberg
73. As Coisas Simples da Vida – Edward Yang
74. Vanilla Sky – Alejandro Amenábar
75. O Picolino – Mark Sandrich
76. O Morro dos Ventos Uivantes – Willian Wyler
77. A nós a Liberdade – René Clair
78. O Desprezo – Jean-Luc Godard
79. Asas do Desejo – Wim Wenders
80. Depois da Vida – Kirokazu Kore-Eda
81. A Hora do Show – Spike Lee
82. Zelig – Woody Allen
83. Amacord – Federico Fellini
84. Cantando na Chuva – Gene Kelly e Stanley Donen
85. Crepúsculo dos Deuses – Billy Wilder
86. O Discreto Charme da Burguesia – Luis Buñuel
87. A Doce Vida – Federico Fellini
88. Era uma Vez na América – Sergio Leone
89. Era uma Vez em Tóquio – Yasujiro Ozu
90. O Gabinete do Dr. Caligari – Robert Wiene
91. Gilda – Charles Vidor
92. Pickpocket – Robert Bresson
93. Janela Indiscreta – Alfred Hitchcock
94. A Noite – Michelangelo Antonioni
95. Limite – Mário Peixoto
96. Luzes da Cidade – Charles Chaplin
97. A Lista de Schindler – Steven Spielberg
98. A Malvada – Joseph Mankiewicz
99. O Mensageiro do Diabo – Charles Laughton
100. Quanto mais Quente Melhor – Billy Wilder
101. A Primeira Noite de um Homem – Mike Nichols
102. Rocco e seus Irmãos – Luchino Visconti
103. O Terceiro Homem – Carol Reed
104. Terra em Transe  - Glauber Rocha
105. Touro Indomável – Martin Scorsese
106. Em Busca do Ouro – Charles Chaplin
107. O Grande Ditador – Charles Chaplin
108. O Amigo Americano – Wim Wenders
109. Manhattan – Woody Allen
110. O Decálogo – Krzysztof Kielowski
111. Desconstruindo Harry – Woody Allen
112. A Felicidade não se Compra – Frank Capra
113. O Bebê Santo de Mancon – Peter Greenaway
114. Othello – Orson Welles
115. O Pianista – Roman Polanski
116. Pacto de Sangue – Billy Wilder
117. A Loja da Esquina – Ernst Lubitsh
118. Psicose – Alfred Hitchcock
119. O Incrível Exército de Brancaleone – Mario Monicelli
120. Meus Caros Amigos – Mario Monicelli
121. O Quinteto Irreverente – Mario Monicelli
122. Os Bons Companheiros – Martin Scorsese
123. As Invasões Bárbaras – Denys Arcand
124. Um só Pecado – François Truffaut
125. A Sereia do Mississipi – François Truffaut
126. Os Incompreendidos – François Truffaut
127. Jules e Jim – Uma Mulher para Dois – François Truffaut
128. Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes – Guy Ritchie
129. O Sol é Para Todos – Robert Mulligan
130. A Festa de Babette – Gabriel Axel
131. Quem tem Medo de Virginia Woolf? – Mike Nichols
132. Tarde Demais para Esquecer – Leo McCarey
133. Golpe de Mestre – George Roy Hill
134. Fale com Ela – Pedro Almodóvar
135. Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos – Pedro Almodóvar
136. Short Cuts – Cenas da Vida – Robert Altman
137. Mar Adentro – Alejandro Amenábar
138. Os Intocáveis – Brian de Palma
139. Magnólia – Paul Thomas Anderson
140. Lawrence da Arábia – David Lean
141. Profissão: Repórter – Michelangelo Antonioni
142. Persona – Ingmar Bergman
143. Uma Simples Formalidade – Giuseppe Tornatore
144. Os Sonhadores – Bernardo Bertolucci
145. Underground – Mentiras de Guerra – Emir Kusturica
146. O Anjo Exterminador – Luis Buñuel
147. A Bela da Tarde – Luis Buñuel
148. Perfume de Mulher – Martin Brest
149. Adeus minha Concubina – Kaige Chen
150. Sob os Tetos de Paris – René Clair
151. O Sexto Sentido – M. Night Shyamalan
152. O Salário do Medo – Henri-Georges Clouzot
153. Gosto de Sangue – Joel e Ethan Coen
154. ExIsTenZ – David Cronenberg
155. “Trilogia das Cores” – Kryztof Kielowski
156. Cisne Negro – Darren Aronofsky
157. Os Imperdoáveis – Clint Eastwood
158. Bonequinha de Luxo – Blake Edwards
159. Clube da Luta – David Fincher
160. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças – Michel Gondry
161. No Tempo das Diligências – John Ford
162. Um Estranho no Ninho – Milos Forman
163. Viver a Vida – Jean-Luc Godard
164. Fitzcarraldo – Werner Herzog
165. Babel – Alejandro González Iñarritu
166. Memórias do Subdesenvolvimento – Tomás Alea Gutiérrez
167. Minha Vida de Cachorro – Lasse Hallström
168. Scarface, a Vergonha de uma Nação – Howard Hawks
169. Rio Vermelho – Howard Hawks
170. À Beira do Abismo – Howard Hawks
171. O Diabo Riu por Último – John Huston
172. Ghost Dog – Matador Implacável – Jim Jarmusch
173. Hamlet – Kenneth Branagh
174. Amnésia – Christopher Nolan
175. Uma Rua Chamada Pecado – Elia Kazan
176. Sindicato de Ladrões – Elia Kazan
177. A General – Buster Keaton
178. Através das Oliveiras – Abbas Kiarostami
179. Rashomon – Akira Kurosawa
180. Ran – Akira Kurosawa
181. O Tigre e o Dragão -  Ang Lee
182. Faça a Coisa Certa – Spike Lee
183. Três Homens em Conflito – Sergio Leone
184. Doze Homens e uma Sentença – Sidney Lumet
185. Cidade dos Sonhos – David Lynch
186. Trilogia da Vingança” – Cha-Wook Park
187. Tiros em Columbine – Michael Moore
188. A Última Gargalhada – F. W. Murnau
189. O Julgamento em Nuremberg – Stanley Kramer
190. Anatomia de um Crime – Otto Preminger
191. Butch Cassidy e Sundance Kid – George Roy Hill
192. A Origem – Christopher Nolan
193. Um Sonho de Liberdade – Frank Darabont
194. Nenhum a menos – Zhang Yimou
195. Arca Russa – Aleksandr Sokurov
196. Réquiem para um Sonho – Darren Aronofsky
197. Sete Homens e um Destino – John Sturges
198. Stalker – Andrei Tarkovsky
199. Sinédoque, Nova Iorque    Charlie Kaufman
200. Waking Life – Richard Linklater



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Citação do Mês - Ago/2013


"apagar-me
diluir-me
desmanchar-me
até que depois
de mim
de nós
de tudo
não reste mais
que o charme" - Paulo Leminski

domingo, 4 de agosto de 2013

Tradução - Poema de William Blake


O Tygre
         Tradução: Rodrigo Suzuki Cintra


Tygre! Tygre! brilho queimando
Nas florestas da noite adentrando,
Que mão ou olho imortal poderia
Moldar tua temível symetrya?

Em que abismos ou céus distantes
Ardiam o fogo de teus olhos flamantes?
Em que asas ousou ele voar?
Que mão ousou o fogo atear?

E que ombros, & que arte,
Poderia um coração como o teu moldar-te?
E quando começou a bater teu coração,
Que terrível pé? & que terrível mão?

Que martelo? Que corrente?
Qual fornalha fundiu tua mente?
Em que bigorna? Que pegada do horror
Ousou agarrar mortalmente tua sanha de terror?

Quando as estrelas jogaram suas lanças fora,
E inundaram o céu com lágrimas de quem chora,
Será que ele sorriu ao que inventou?
Será que aquele que criou o Cordeiro também te criou?

Tygre! Tygre! brilho queimando
Nas florestas da noite adentrando,
Que mão ou olho imortal ousaria
Moldar tua temível symetrya?


The Tyger   
         William Blake

Tyger! Tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?

In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand dare sieze the fire?

And what shoulder, &what art,
Could twist the sinews of thy heart?
And when thy heart began to beat,
What dread hand? & what dread feet?

What the hammer? what the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? what dread grasp
Dare its deadly terrors clasp?

When the stars threw down their spears,
And water’d heaven with their tears,
Did he smile his work to see?
Did he who made the Lamb make thee?

Tyger! Tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye

Dare frame thy fearful symmetry?  

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Mulheres Invisíveis: Karina


Karina

 

Completamente neurastênica. Insuportável olhar. Significados perdidos. Quase sinestésica. Muito impulsiva. Tanto vulgar. Menos inteligente. Talvez esquecida. Às vezes castanho. Quem sabe rugas. Abrupta fala. Um dia raiva. Toda fugaz. Porque vermelho. De vez em quando brinquedo. Possível fraude. Mania mania. Lugar avenida. Sempre obstante. Pudera café. Entre os dentes. Macia carne. Secura baba. Até longe. Medida trinta e sete e meio. Nada mais. Veloz ceticismo. Ainda que banho. Manhã de cigarro. Sentimento de tudo. Paranoia de vez. Verso quarteto. Sintoma o azar. Como que estrias. Dinheiro da sobra. Troco de banhas. Tritura papel. Mesmo carbono. Assim um não dia. Mais que querendo. Beija espelhos. Antigamente depois. Bonecas sem pernas. Dessas ainda assim. Memória a criança. Surpreende o padrasto. Cantando para dentro. Escondida enfim. Pega a pega. Alcança lonjura. Grita caminho. Aquele doce é de alguém. Ciumenta da vida. De outra que corre. Às vezes de volta. Simétrica hora. Subdivide espaços. Estilhaça o mesmo. Meio do meio. Partícula cada. Outra reluz. Possivelmente que quase. Ela reflete. Si mesma coisa. Se talvez. E ela se quebra. Vai se quebrando. Ligeiramente fractal.